Nel blue dipinto di blue: Dalton, Teixeira de Sousa e Pavarotti
Mas, o sonho da "djonga" com os anjos daltónicos persegue-me, pelo que talvez seja bom mencionar o facto deste cientista ter feito um estudo sobre a discromatopsia, ou seja a dificuldade que algumas pessoas têm em percepcionar certas cores. Dalton padecia desta anomalia que veio, em sua homenagem, a ser conhecida por Daltonismo. Acontece que tenho dois cunhados e um meio-irmão daltónicos! esses não distinguem o verde do castanho: não distinguiriam por exemplo o número 6 na figura ao lado.
Vejo que hoje, me sinto levado no vento, qual escritor inspirado pelo azul do mar. Poderei eu um dia tornar-me escritor? A minha área é das ciências exactas e estou habituado a usar poucas palavras para ir direito a assuntos, sem rodeios! Quando disse isto a um amigo, ele me lembrou que Teixeira de Sousa era médico, porém, um respeitado escritor cabo-verdiano!
Efectivamente, Henrique Teixeira de Sousa é descrito como um escritor influenciado pelo Mar. Vejamos um extracto do site "Livro di Téra" a propósito do escritor e seu livro "Capitão di Mar e Terra":
"A temática do mar foi a obsessão e o fascínio de Teixeira de Sousa, o que é característico, aliás, em diversos escritores cabo-verdianos. É o mar cercando as ilhas, o mar convidando à evasão, o mar, em suma, aprisionando e aliciando à aventura, à emigração. Foi assim em Contra Mar e Vento e em Ilhéu de Contenda, é assim em Capitão de Mar e Terra."
Há bem poucos dias descobri que tenho um laço de parentesco com Teixeira de Sousa. Já tratei de o colocar na árvore genealógica (ver aqui). Talvez esses laços e a vivência do dia de hoje me esteja a conduzir para "me fascinar" à Teixeira de Sousa: mar, evasão, liberdade, um daltonismo que faça ver tudo pintado de azul! N.B.: O último livro de Teixeira de Sousa tinha capa azul e intitulava-se: "Ó Mar de Túrbidas Vagas". Mas isto me faz lembrar uma maravilhosa canção criada em 1958 por Domenico Modugno and F. Migliacci, intitulada "Nel blue dipinto di blue", mais conhecida por VOLARE:
Penso che un sogno così non ritorni mai più
Mi dipingevo le mani e la faccia di blu
Poi d'improvviso venivo dal vento rapito
E incominciavo a volare nel cielo infinito
Volare, oh, oh!
Cantare, oh, oh, oh, oh!
Nel blu, dipinto di blu
Felice di stare lassù
E volavo, volavo felice più in alto del sole ed ancora più su
Mentre il mondo pian piano spariva lontano laggiù
Una musica dolce suonava soltanto per me
Volare, oh, oh!
Cantare, oh, oh, oh, oh!
Nel blu, dipinto di blu
Felice di stare lassù
Nel biu, dipinto di blu
Felice di stare lassù
Poderia vos oferecer esta canção interpretada pelo próprio Domenico Modugno (ver aqui) mas, sendo tantos os intérpretes ao longo dos anos, e em diversas línguas (inclusive em português por Simone de Oliveira - ver aqui), tenho o privilégio da escolha. Assim aqui vai ela, interpretada pelo maior tenor do século XX: Luciano Pavarotti. Reparem nas paisagens do clip que se segue, onde o mar e o azul dominam: